quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


A TV

Para que serve a TV?
Para dar noticiários horrorosos, às horas das refeições, que deviam ter a “bolinha ao canto”?
Para dar desenhos animados para as crianças que mais não são do que filmes de terror?  
Para mostrar os “ladrões” que andam a “vender” o nosso País e a tornar a vida dos seus cidadãos cada vez mais difícil?
Para levar os dias inteiros em programas de opinião com alguns “figurantes” que ali vão ganhar bons “cachets” só para criticar e dizer mal e não dar soluções para a crise por que estamos a passar sem para ela termos contribuído? Muitos deles que já fizeram parte dos governos que nos conduziram a este desastre?
Passam os dias inteiros a repisar no que já está bem repisado, repetem-se as mesmas notícias vezes sem conta ao longo do dia e a conclusão a que se chega é que querem fazer de todos nós tolos e parvos e responsáveis por aquilo de que eles é que são os responsáveis?
Está a olhar-se para o écran da TV como se fosse um palco onde estão os bem-falantes, vestidos com fatos de alfaiate, a dizer que as coisas se vão tornar cada vez mais difíceis para o povo, mas… eles, pelos vistos, não fazem parte do povo – ou fazem? Não, não fazem, o dinheirinho deles está muito bem guardado, em paraísos fiscais, e para nós reservam-nos o desemprego, a fome, o viver dentro da caixas de cartão, o não termos direito à saúde, à educação, ao ganha-pão, e vejam bem, nem à morte. Vamos passar a morrer nas ruas e a ser enterrados em valas comuns, incógnitos, sem que o resto da família saiba onde estamos, se antes disso não tivermos a coragem de matar a família toda e dar, no fim, um tiro na nossa própria cabeça.
O assunto é tão sério e tão secreto que não sabemos sequer se há estatísticas muito bem escondidas dos suicídios e homicídios causados pela crise. Há, de certeza, mas só ainda falaram de um caso de uma senhora em Espanha que se atirou de uma janela de um quarto andar para não passar pelo desgosto de ser “arrancada” da sua casa, que comprou e estava a pagar na “ilusão” de que o seu emprego era seguro.
E onde estão os culpados/ladrões/assassinos que provocaram esta crise? Onde estão?
Envergando “máscaras” de pessoas de bem, falando e acusando como se nada fosse com eles, “anichando-se” em lugares que lhe garantem “alguma” imunidade. Até quando? Já vi a cena do desmascaramento mais longe do que vejo hoje. Contudo, tenho a certeza que nessa altura vai pagar o justo pelo pecador. Porque os verdadeiros culpados, quando embrulharem aqueles a quem eles chamam o povo, também já embrulharam os seus teres- e-haveres que nos roubaram e já se encontram nos antípodas.


Rosa dos Ventos

quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Para RIR ou para chorar?!

O número de “falhos” de cultura e memória são mais do que se pensa.
Morreram já muitos dos que se podiam lembrar do que se passou entre 1939 e 1945, cuja preparação começou alguns anos antes.
E os de agora, a quem a História desses tempos não tenha sido contada, por já não terem estudado História Mundial nem terem lido obras sob o que se passou na primeira metade do séc. XX, não farão a mais pequena ideia do que pode para aí rebentar em breve.
Leiam, se fazem favor, os livros “O Eterno Retorno do Fascismo” de Rob Riemen e “A Batalha de Aljezur” de José Augusto Rodrigues.
Depois, reparem nas semelhanças entre o que lá está descrito como preparação para a guerra e o que se está a passar, de novo, na Europa.
A mentira  e o não cumprimento dos acordos entre os diferentes Países são as características-base dos objectivos que se pretenderam atingir com a Segunda Grande Guerra Mundial.
A mentira,  o não cumprimento dos acordos entre os diferentes Países e ainda a Srª. Merkel a substituir-se à Comissão Europeia, no momento presente, fazem-nos suspeitar dos intentos perversos da actual Chanceler alemã.
Meditem nas ultrapassagens às Constituições dos Países Europeus pelos seus governantes, sem consulta prévia aos POVOS, para dizerem “Amen!” à Alemanha.
Mas a Constituição da Alemanha é SAGRADA: o que os outros Países pretenderem fazer não pode ir contra a Constituição da Alemanha. Coisa esquisita, não acham? Cheira a esturro, não cheira? O cheiro é tão intenso que pouco falta para estar tudo queimado!....
Parece a Telenovela do “Sim Senhor Ministro”.
Meditem na “queda”, como um baralho de cartas, por dívidas astronómicas, dos Países europeus, a serem pagas pela massa mais pobre das respectivas populações, deixando os ricos e causadores das mesmas imunes às suas reposições!
Recordem como a Alemanha contornou o não pagamento das dívidas de guerra e exige agora, dos outros, a quem ficou a dever, o pagamento dos déficit’s e dos juros, ignorando sempre a existência da Comissão Europeia!
Estamos numa União Europeia ou numa subalternização sub-reptícia à Alemanha, coisa que ela não conseguiu obter com duas guerras mundiais no séc. XX ?!!!
Trabalho dos governantes: pensar em números.
Quem os elegeu, as pessoas, o povo, são-lhes indiferentes.
Não se esqueçam de continuar à espera de que tudo mude sem nada fazermos para isso!...
Entretanto, continuará a haver, cada vez mais, barrigas vazias.
Não é para RIR?
Nasci no fim da Segunda Guerra Mundial, mas ouvi muitas histórias (não estórias) àcerca dela.
Mas da guerra que nos impuseram nas nossas Colónias Ultramarinas (os nomes não precisam ser mascarados) que nos deixou reduzidos ao rectângulo que hoje somos, já me lembro muito bem.
Engraçado! A guerra do Ultramar também foi feita para defender o Capital!...[Que palavra maldita! Quando será banida do dicionário e da prática?!]
Não houve família portuguesa que fosse poupada à dor e ao stress de ter filhos e familiares na guerra do Ultramar.
Agora, estamos na mesma situação: não há família alguma que não tenha filhos e familiares no desemprego, a precisar da ajuda material/monetária dos pais, dos parentes e dos amigos (os verdadeiros, claro, sempre prontos para os bons e maus momentos!)
Mas estamos a ser governados por alguns “retornados”!
Espero que o que penso - um certo espírito de vingança – demonstrado pela “sua teimosia” em não quererem mudar o “paradigma” face à União Europeia/Merkel, não seja uma realidade…
Quando teremos direito à igualdade e à equidade?!
Quando teremos direito à Verdadeira DEMOCRACIA?!!!
Porquê tanto medo da Verdadeira DEMOCRACIA?!!!
Será que para a existência de um povo, terá sempre que existir clero, nobreza e povo?
Não nascemos todos da mesma maneira, sem o termos pedido, e não morremos todos sem levar o dinheiro atrás de nós para a cova?
Acusam-nos de falta de literacia. Mas onde está a cultura dos outros povos europeus que estão a cair na mesma esparrela?! É tão grande a falta de memória do que passaram durante a II Grande Guerra Mundial, no séc. XX?
Enfim, a preocupação com o capital é tal, que se descura o dia-a-dia do comum dos mortais: só se fala em privatizações, e… depois?
Depois….começa o rol dos infortúnios para os mais desfavorecidos e para a classe média:
- os impostos aumentam;
- as receitas do Estado diminuem;
- os preços sobem;
- as empresas fecham;
- os desempregados aumentam;
- as pessoas ficam sem casa;
- já há muita gente com fome;
- o trabalho rareia;
- a saúde deteriora-se;
- quem quiser cuidar da sua saúde para não morrer, tem que pagar, e            
   bem! para o conseguir- (ultrapassagem da Constituição);
- quem tiver mais de 70 anos já não tem direito a coisa nenhuma,
   conforme foi entendido por todos os que ouviram estas afirmações na
   TV, de antigos governantes, embora o tivessem querido retirar a
   seguir. É que os ouvintes, os telespectadores, já estão todos um pouco  
   surdos… e fazem confusões terríveis!….-(ultrapassagem da  
   Constituição);
- os idosos, nos lares, passam os dias à espera da morte lenta;
- o crime sobe;
- o ensino é deficiente e tem que ser pago -(ultrapassagem da
   Constituição);
- é o salve-se quem puder;
- o património imóvel deteriora-se por falta de conhecimento para o
   cuidar e por falta de dinheiro para o conservar;
- os bens de cada um são “coisas velhas” de que não vale a pena                             cuidar, por parte das empresas privadas que fazem obras públicas através  de subempreitadas, com o completo alheamento das Câmaras, sem conhecimento do terreno que “pisam” nem o acompanhamento de técnicos especializados que as orientem;
- mas se o dono de um imóvel classificado o quiser beneficiar para não
   cair, a Câmara não lhe permite que mexa no que é seu;
- o direito de passagem de cabos para a TV, o gás natural e a luz
   subterrânea é pago pelos consumidores em vez de ser pago pelas
   empresas que auferem lucros chorudos com esses fornecimentos – mais
   uma vez o capital a ser protegido em detrimento do povo consumidor de
   bens de primeira necessidade;
- trabalha-se a contrato de dois meses, ou menos, sem direito a
   descanso/férias;
- os contractos com os trabalhadores alteram-se unilateralmente, - o que é anti-constitucional - mas não se pode mexer nos contractos de milhões, ao ano;
- se o trabalhador não tiver férias e nunca souber o horário de saída,
   como poderá manter a sua sanidade mental e dar assistência à
   família?
- Portugal é um País de velhos, mas como podem ser “encomendadas”
   crianças para inverter a situação se não houver condições humanas e
   racionais para isso?
- só a meia dúzia dos muitos ricos tem direitos neste País?

Onde nos levará tudo isto?
Por enquanto as manifestações são pacíficas, dizem eles, e quando será que “o elástico parte” de tanto esticar?
Cautela, senhores que “não estão habituados a trabalhar”. Para se poder mandar e exigir sacrifícios, tem que se saber fazer, tem que se ter estado inserido no mundo do trabalho, para o conhecer.
E exigir sacrifícios a quem nada tem a ver com as dívidas contraídas pelos sabotadores da economia e da finança, é muito arriscado.
Não falo só do nosso País, não!
Nos outros repetem-se as mesmas situações. E todos juntos são demais para os que nos querem pisar.
Pode morrer muita gente, mas creiam que as ditaduras - mesmo as dissimuladas - também se derrubam.
E as guerras injustas são as que se perdem mais depressa…
E não se esqueçam de RIR de tudo isto, tá?
Até à próxima!


Rosa dos Ventos

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Dia Memorável !!

A GREVE DOS MÉDICOS

Hoje, dia 11 de Julho de 2012, esta data vai ficar memorável por uma má causa: A CRISE.

CRISE que ninguém sabe donde veio (porque o não querem dizer) mas está a ver-se para onde vai, pela miséria que está a causar a nível Europeu. Podemos dizer que se trata da III Grande Guerra Mundial: por enquanto… sem canhões nem espingardas, embora as polícias de choque tenham “o prazer” de mostrar para que foram treinadas. (Depois não se admirem de não terem apoio da população quando querem apresentar as suas reivindicações, por seu lado, também, legítimas).

Falo aqui na polícia, pois ao ouvir, há pouco, as notícias, a jornalista da RTP Informação ao ligar à sua colega que se encontra em Espanha a acompanhar a greve dos Mineiros Espanhóis, a primeira pergunta que lhe fez, foi, mais ou menos esta: “com esse avançar da manifestação, já há muita polícia na rua?”

Esta jornalista, que deve ser das que auferem, mensalmente, milhares de euros, só para “palavrear”, deve ter igualmente um prazer sádico em que os que se manifestam por necessidades e injustiças de que estão a ser alvo sejam “provocados” e “batidos” pela polícia.

Mas ao contrário do que ela esperava ouvir da sua colega, em serviço, em Espanha, a resposta foi: “não, quase não se vê polícia nas ruas”.

Bem feito! Ela julga que tudo lá fora se passa como em Portugal em que todos são logo tratados à “paulada”!

(Infelizmente ao fim do dia soube-se que a polícia ainda fez “estragos”, ao que pareceu por causa de alguns infiltrados provocadores a mando de alguém a quem isso interessava. É sempre assim!)

Ela devia passar uns diazinhos a trabalhar numa mina, obrigada, para dar valor ao sofrimento daquela gente! A mim, só a ideia das profundezas – e sem contar com o resto das condições – já me provoca calafrios.

Mas este dia em Portugal – e o de amanhã também – vão ficar marcados pela greve geral dos médicos do SNS (Serviço Nacional de Saúde).

A ultrapassagem da Constituição tem sido apanágio e prática deste governo de direita “comandado” por Passos Coelho, uma vez que não conseguiram/não viram disposição dos outros partidos da Assembleia para uma aderência suficiente à sua alteração e então as coisas vão acontecendo em nome da CRISE e a Constituição vai sendo esvaziada lentamente.

Com a saída de tantos médicos, do SNS, para a reforma, já desde o tempo de Sócrates, Primeiro Ministro, altura em que continuou, com mais acutilância, a perseguição aos Funcionários Públicos, pensei, cá para mim, que os “novatos” e a contrato que estavam a entrar para os hospitais públicos, não tivessem “estrutura” ou coragem para se manifestar devido à sua condição precária.

Enganei-me redondamente! A realidade demonstra que ainda existem muitos médicos no SNS, do quadro, com a “bagagem e sapiência antigas” que sabem o que querem e para que tiraram o curso: foi para se dedicarem aos outros, aliviar-lhes o sofrimento, e não estarem sujeitos a esta “brincadeira” dos “meninos do capital” que o que lhes interessa é favorecer os poucos ricos e a banca, não tocar em quem roubou os povos, obedecer à Alemanha – pois Comissão Europeia e União Europeia, “já eram”.

Espero que consigam bater bem o pé no chão e dizer NÃO à situação que está a ser criada. O que se pode chamar à supressão de recursos médicos e medicamentosos a pessoas que não têm possibilidades de os pagar do seu bolso? Nem sequer aos transportes para os mesmos?

É, evidentemente, que, quanto mais pessoas de idade morrerem, menos pensões pagarão  ou, doutra maneira, mais pensões deixarão de ser pagas pelo governo.

Mas, à mistura, muitas crianças e jovens irão levar o mesmo caminho se não forem tratados atempadamente. E depois diz-se que o País está envelhecido?! Que contradições tão grandes!

A pedra de toque que originou a greve dos médicos, hoje, – parece-me – foi a contratação de enfermeiros e médicos a preços tão baixos que nem uma mulher-a-dias aufere numa casa particular. E, mais: a contratação deste pessoal através de empresas de prestação de serviços.

É claro, que as razões que determinaram a greve não foram só estas, são também de carácter técnico-profissional, de ética, e para que o SNS não seja extinto. Bem hajam!



Não sendo eu pessoa influente nos meios governamentais, posso apresentar aqui as minhas ideias – que os governantes aliás conhecem – mas que muitas pessoas que não passaram por certas situações desconhecem.

Diga-se, em abono da verdade, que em Portugal só sabemos o que se passa quando precisamos de resolver qualquer assunto a nível oficial, e só nos apercebemos dos “espertinhos” que proliferam pelo País fora, quando nos vêm aos bolsos buscar aquilo que não roubámos e para o que não fomos vistos nem achados.

O intuito de desfazer a Função Pública não é novo – logo, não é de agora. Sub-repticiamente tem-se vindo a desvincular e a desvirtuar os serviços públicos das suas funções de variadíssimas maneiras:

  • admitindo pessoal sem ser através de concurso público, optando em sua substituição      pelo perfil (físico, intelectual, não se sabe) com base numa entrevista, mais comumente designado “factor C” (a célebre “Cunha” que serve para tudo);
  • mobilidade de pessoal de uma secção para outra – o trabalho público implica conhecimentos e é executado com base na legislação que vai saindo, logo a mudança de uma secção para outra, prejudica em especial o público, porque não é de um dia para o outro que as pessoas se adaptam à legislação de outro sector;
  • contratando pessoal a recibo verde, a contractos das mais variadas espécies, através de POC’s e quejandos, etc.
  • colocando na “prateleira” técnicos especializadíssimos e conhecedores dos serviços a quem continuavam a pagar, mas não lhe davam trabalho, e contratando empresas privadas para realizar serviços delas desconhecidos, que ganhavam “balúrdios” e não faziam nada de jeito;
  • o Estado paga a essas firmas duas a três vezes mais do que paga a um funcionário do quadro, e o trabalhador que vai executar o trabalho ganha simplesmente um terço ou menos, daquilo que o Estado paga por ele;
  • generalizou-se, por imposição superior, a contratação do pessoal de limpeza em todos os serviços do Estado; (neste sector é preciso ter em conta que o Serviço Nacional de Emprego, para efeitos de subsídio de desemprego fazia – agora, se calhar já não – diferença entre uma funcionária de limpeza para um escritório e uma para o serviço doméstico – parece que não há-de fazer diferença, não é?, mas faz e realmente não é a mesma coisa)
  • o Serviço de Saúde não foi excepção no que respeita à contratação de pessoal de limpeza a essas empresas privadas de prestação de serviços;
  • as empresas estatais de serviços básicos para as populações começaram a contratar empreiteiros privados para a elaboração dos mesmos, e estes por sua vez concediam-  -nos em regime de subempreitadas;
  • as Câmaras desvincularam-se das suas responsabilidades directas e formaram empresas camarárias com as evidentes consequências;
  • a Caixa Geral de Depósitos deixou de ser o único banco a pagar os ordenados aos funcionários públicos e foi autorizada a sua transferência para os bancos com quem cada um trabalhava particularmente;
  • a CGD deixou de ser o único banco com quem os organismos do estado trabalhavam, e as consequências estão à vista;
  • e muitas, muitas mais coisas ruinosas para o estado foram sendo permitidas;
  • chegando-se ao ponto de Manuela Ferreira Leite, como Ministra das Finanças, do palanque da Assembleia da República, insultar os Funcionários Públicos. (Deve constar das Actas e gravações da Assembleia da República);
  • por último, temos o fomentar da “Guerra declarada” aos Funcionários Públicos em contraposição aos trabalhadores do sector privado, por parte do Ministro Sócrates e seus colaboradores, acolitados pelos jornalistas da TV, de qualquer canal, e seus convidados para mesas redondas, como se os Funcionários Públicos fossem uma espécie em via de extinção e os culpados de todos os males de que sofre o País – e se calhar a Europa!!!
  • mas podem crer que sem eles (FP) nada pode funcionar seja em que País for: eles são e serão os garantes de um País independente e soberano. Sem eles, seremos o quê? Empregados de um Belmiro de Azevedo, de um Santos da Jerónimo Martins, de um Amorim, de um Espírito Santo ou dos “falsos banqueiros “ que por aí proliferam e que mais não são do que Gerentes dos respectivos bancos? Todos eles com um factor comum: só olham para o seu umbigo e não querem saber do País para nada, a não ser para o chupar até ao tutano desde que os Políticos lho permitam.

Agora chegámos ao “desplante” de contratar a essas empresas de prestação de serviços, enfermeiros e médicos para trabalhar à hora. Vê-se bem, por aqui, a consideração que este governo tem pelas pessoas, pelo POVO, pelo País.

“Em tempos que já lá vão” as funcionárias de limpeza eram pessoal do quadro dos Hospitais, assim como todo o pessoal que trabalhava na Função Pública; daí que estivessem a tempo inteiro n os Hospitais, trabalhando por turnos. Lógico, não será? Quando passaram a contratadas às ditas empresas, têm horário diurno, saem às 17 ou 18 horas. Por outro lado não têm preparação para trabalhar em sítio tão delicado que requer tantos cuidados de higiene para o bem de todos, especialmente delas que deviam saber proteger-se para não contrair doenças nem as propagar por todo o hospital. Só um exemplo: já vi limpar uma mesa em que tinha sido feito um gesso, na urgência, com o mesmo pano que a empregada estava a limpar o chão. E também já vi a roupa suja de um doente que vomitou na cama e a quem tiveram que fazer a cama de lavado, ser deitada para debaixo da dita cama, para que, no dia seguinte, a empregada da limpeza, a levasse para onde devia. Estão a ver como se apanham doenças nos hospitais além daquelas com que se entra?!!!  Os antibióticos não atacam tudo…

Depois da limpeza vamos aos médicos: contratados à hora? E com que preparação? E a carreira hospitalar para os ensinar a trabalhar? As universidades dão-lhe a teoria e… alguma prática. Mas o dia-a-dia com orientação de quem já está batido na matéria é que os ensina.

O Primeiro Ministro, que é filho de um médico, não aprendeu isso com o “papá”?

Com a saúde não se brinca! Nem com a enfermagem! Nem com a educação! Nem se devia brincar com a engenharia: aliás os romanos eram bem severos para com os engenheiros que não construíssem bem as casas e provocassem, por isso, desastres pessoais, lembram-se?!!

Na classe política deve haver, já, muita gente que não estudou História: são muito novos para terem apanhado esses programas a sério!...

Mas não sei se a greve dos médicos de hoje, levada a cabo porque o vaso transbordou devido às contratações à hora, servirá para preservar o SNS e para resolver todos os problemas que se estão a constatar em desfavor de todos. Bem gostaria de ter esperança nisso!

Mas… o Primeiro Ministro definiu bem as suas intenções com a interpretação que fez da decisão do Tribunal Constitucional a respeito da inconstitucionalidade no que respeita à equidade do não pagamento dos subsídios de férias e de natal aos Funcionários Públicos ao contrário do que acontece com os trabalhadores do sector privado. As suas palavras foram mais ou menos estas: “para pagarmos esses subsídios temos que cortar noutro lado; e, então, iremos cortar na saúde e na educação.” Eu interpretei esta atitude como um acto de vingança. Mas ele quer vingar-se de quem ou de quê? Não é que eu não tenha pensado já, várias vezes, que este governo de direita, em tudo o que faz e diz deixa uma nuvem de suspeição de que se quere “vingar” de algo!... Bom, com o tempo ainda se há-de descobrir.

Com o ataque a tudo o que diz respeito às conquistas do POVO para sair da “Idade Média” em que esteve mergulhado até 24 Abril de 1974, menos àquilo que devia atacar e que deu origem à CRISE que hoje vivemos, sem para ela – nós, POVO – termos contribuído, não acredito que as coisas melhorem ou se modifiquem.

Estamos a ser comandados de fora, da Alemanha, tal como disse ao princípio, e só é cego quem não quer ver quais são as intenções da mulher que está à frente das tropas. E espero bem que o sangue que já correu no nosso País e noutros como, por exemplo, a Grécia e agora a Espanha, com as cargas da polícia, contra quem se manifesta porque já tem fome, não passe disto. É preciso ter os ouvidos bem abertos e saber interpretar as palavras proferidas por pessoas com responsabilidade para se perceber que o que está por detrás de tudo isto, não é tão inócuo assim!

Os políticos andam a mentir-nos todos os dias e a todas as horas e a brincar com os povos, como se eles não fossem também filhos do POVO: é vê-los a mudar para fatinho de corte de alfaiate (não de pronto-a-vestir) logo que chegam a certos lugares – à nossa custa, naturalmente!

Abramos bem os olhos e não aceitemos a divisão que eles estão a instaurar no nosso seio para melhor reinar, como diz o ditado: “dividir para reinar”.

Saibamos salvar-nos, porque deles nada podemos esperar para nosso bem!





Rosa dos Ventos

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Portugal … que presente? e que futuro?

Pergunta estúpida? Acham?

Ora «presente» não é só agora, não é só um minuto, uma hora, um dia.

«Presente» é aquilo por que estamos a passar, é o enxovalho e a risota de que estamos a ser alvo.

Mas não estamos sós! Outros, muitos, que como nós, são parte deste  Continente a que baptizaram com o nome de  Europa, já deviam ter aprendido com o passado do passado séc. XX. Mas não! Queriam tanto, esforçaram-se tanto para que o muro de Berlim desaparecesse, que agora tomem lá: foram picados pelo lacrau que se escondia debaixo das pedras.

Tal como o outro, o do bigodinho, eis que aparece no topo das hierarquias da Alemanha – e dizem que a História não se repete! – não se sabe bem como, um personagem, desta vez, mulher, mas com o mesmo espírito dominador, repressor, esclavagista, xenófobo, a passar por cima de tudo o que está estabelecido por acordos, a ignorar as organizações e seus responsáveis, para, sozinha, dominar a Europa através da parte financeira.

A vaidade de uns em querer ficar na História dos seus Países como os impulsionadores e mentores de isto e daquilo, meteram-nos nesta grande sarilhada de fazermos parte de uma moeda única, que de única não tem nada, pois para cada País tem um câmbio diferente como se das nossas próprias moedas se tratasse.

Meu querido escudo, que falta me fazes!!

Eu nasci e sempre vivi em Portugal, amo o meu País e renego imposições vindas donde vierem e muito mais da Alemanha. Esta «Land» que já tanto mal fez ao mundo, continua com o vírus da conquista e do domínio dos outros povos. Que antibiótico lhe poderemos aplicar?!

Há um, que dá pelo nome de «moeda nacional», que todos quantos caíram na esparrela de aderir ao Euro deviam voltar a usar. Dívidas à Alemanha? Já eram! Quem deve a toda a Europa é a Deutschland ou a memória é tão curta que lhe querem perdoar?

Bem faz a Grécia em gritar bem alto que não deve nada a ninguém. O que se está a passar é uma ingerência descarada em Países soberanos.

Ponhamos as nossas moedas a circular e voltemos as costas a esta fantochada. Há tanto sítio, tanta terra de quem no aproximarmos, que, se não dá para oriente, rumemos a ocidente, viremo-nos para dentro e para o mar imenso, sem fim, e sobreviveremos.

Senhores governantes: se continuardes a maltratar-nos, cautela! porque o povo também tem dentes!
Democracia é para todos e «o povo é quem mais ordena»…



Rosa dos Ventos


Aos Jovens

Vós que quereis viver intensamente a vida, tomai atenção à Lei do Trabalho, feita pelos patrões e que se destina a fazer de vós escravos para eles poderem andar a gozar a vida e a estoirar dinheiro a-seu-bel-prazer. Tende presente que se deve trabalhar para viver e não, viver para trabalhar. Deve-se ter Estado Social porque isso de cada um fazer o seu pé-de-meia para a velhice ou para fazer face a uma doença, é uma treta.
Eu por exemplo segui os conselhos que começaram a rolar por esse País já há um par de anos e fiz um “complemento de pensão” num banco onde me prometeram uma situação muito agradável. Mas como na altura os Bancos ainda não estavam obrigados a dar-nos por escrito as condições do contrato, "os malandros", a meio do caminho, alteraram-me as condições sem me dizer nada. E por mais que eu peça, agora, os documentos com as condições nas quais se baseou o meu contrato não mos dão, entregam-me as condições novas. Isto significa que, dantes, quando nos diziam que as coisas eram de determinada maneira, cumpriam a palavra dada. Hoje, quer dizer, de há uns tempos para cá, já não há gente de palavra. Regateia-se com os funcionários que estão ao balcão, mas coitados deles: apanham os embates mas não têm culpa do que fazem os mandantes - que neste caso não se podem chamar patrões, porque as funções são de gerentes. Portanto, não se deixem ir na conversa desta gente.
Queiram o vosso futuro assegurado e estejam atentos àquilo que os governos fazem com o dinheiro dos contribuintes. Para onde é que o desviam?!… Quando votarem façam-no em quem vos dê garantias de olhar pelo País e não só pelos senhores do Capital como acontece agora.
Vejam bem como este governo se prepara para desfazer o sistema nacional de saúde: fechando hospitais essenciais para juntar tudo num só na zona da grande-Lisboa. Ao que ouvi, 700 camas. Não dão para nada. Se todos os hospitais que existem já são poucos - quando os mostram nos noticiários há sempre gente nos corredores - como será depois?!

Aquilo que Manuela Ferreira Leite e Álvaro Barreto disseram numa mesa-redonda na TV, de que com as pessoas a partir dos 70 anos já não valia a pena gastar dinheiro em certos tratamentos, já está a acontecer. E não foi preciso virem-no dizer para a TV, é só ir aos lares para idosos e ver o caso que o pessoal que deles devia cuidar, faz das pessoas: aparecem com uma doença oncológica, prometem-lhes que os vão operar e não lhes ligam mais. Deixam-nos morrer. Para o Estado é menos um a receber a pensão e para o lar é uma vaga que se abre para outro entrar.

No dia 16 de Abril de 2012, no Programa Prós-e-Contras, tivemos “Jovens” a discutir o que se passa no País e a opinarem sobre o que desejam para o seu futuro. Primeiro é preciso dizer que do nosso lado direito, os três que lá estavam, formados em Economia, já não eram tão jovens assim, e deram a impressão de estar muito bem na vida. As suas opiniões foram, a meu ver, as que por aí correm no seio deste Governo e de muitos outros economistas: só pensam em dinheiro, as Pessoas não interessam. Os outros três, que estavam do nosso lado esquerdo, eram realmente pessoas mais jovens e, calcule-se, todos contra os seus parceiros economistas. E creio que, pelo menos dois deles, também eram formados em Economia. Mas devem ter tirado o curso noutra Faculdade, numa em que estudaram Ciências Sociais e da Vida, e não só gráficos de “sobe-e-desce” de flutuações bolsistas e quejandas.

Dum lado, os representantes do Capital – onde o metal da moeda é um pouco duro para ser ingerido – e do outro, jovens a pensarem nas Pessoas e em como a vida deve ser vivida e a solidariedade deve ser aplicada.

Irrita qualquer um, se repararam bem na expressão facial dos que se colocavam à direita, o sorriso irónico que esboçavam enquanto os da esquerda falavam. Como quem diz:

- Coitados não percebem nada disto! São uns inocentinhos, a acreditarem que se pode continuar a sustentar um Estado Social em qualquer País!

E pergunto eu, também, a talhe-de-foice:

- Quem autorizou senhores de diversos governos a “jogarem” em bolsa o dinheiro da Segurança Social”? Por onde é que ele anda? Segundo noticiaram na época, foram largos milhões.

- Que confiança se pode ter em governantes que “deitam a mão” aos Fundos de Pensões das Instituições, que são dinheiro/mealheiro dos próprios funcionários para complementar as suas pensões de velhice e se servem dele para tapar o Déficit do Estado? Em que condições ficam mais tarde, essas pessoas, quando se reformarem? São englobadas no regime geral de miséria que se está a preparar? Enquanto se vai sabendo que os deputados da UE e da Assembleia da República se vão reformando com chorudas reformas vitalícias, sem trinta e seis anos de desconto e somando-as a reformas de trabalho   privado? E ainda, ao que consta, os deputados e funcionários da UE nem fazem descontos para as reformas: são os respectivos Estados que lhas pagam do seu Orçamento Geral que o mesmo é dizer à custa dos que ainda estão a descontar e do dinheiro dos nossos impostos.

ISTO NÃO É DEMOCRACIA!!

Outro dito muito em voga:

«Os descontos do pessoal no activo é que estão a pagar as pensões dos reformados».

E o dinheiro dos descontos dos que estão reformados para onde foi? Foi o tal que foi jogado em bolsa?

Se assim é, tem que se apurar quem o fez e chamar à responsabilidade quem tomou tal atitude. Não pode ficar impune quem abusa da confiança do Povo.

Cada vez detesto mais os Economistas! E temos o País infestado desta "peste"!

Qualquer boa dona-de-casa geria melhor este País.

Que vai fazer Cristas distribuindo terras a jovens agricultores? Devem ser todos do CDS… E é só fogo-de-vista!
O que ela devia fazer era ajudar os que já o são e estão a braços com dívidas à banca. E esses “meninos” que tanto querem trabalhar, que se integrem nessas explorações já feitas e que nos têm dado de comer para, primeiro, aprenderem como se faz e não virem com os olhos vendados, sem prática nenhuma, comer mais uns milhões que bem podiam servir para acudir aos aflitos.


Rosa dos Ventos


segunda-feira, 14 de maio de 2012




ÉVORA …é


Évora … é a cidade
Onde nasci.
E por não ser egoísta
Mais sete irmãos recebi.


Évora … é a cidade
Que minha Mãe …
adoptou.
E a todos seus filhos
A amá-la ensinou.


Évora … é a cidade
Por reis, escritores e pintores
Escolhida.
Que nela deixaram marcas,
Esperemos!…para toda a vida.


Évora … é a cidade
A Património Mundial
Eleita.
Mas que uns “paraquedistas”
Tudo tentam p’ra ver desfeita!


Rosa dos Ventos

domingo, 15 de abril de 2012

O CARTÃO DO CIDADÃO

Em 18 de Fevereiro 2010 estive a ouvir um programa sobre os golfinhos e sobre o Zoo onde eles se encontram, tendo sido abordado o caso de tartarugas que já têm aparecido na nossa costa, perdidas, e na maioria dos casos feridas, por terem sido apanhadas por redes ou outros aparelhos de pesca que as molestam. Acabam por ser conduzidas para aquele Zoo para se restabelecerem, onde por vezes têm que proceder a operações de amputação de uma barbatana, por exemplo, para lhes salvarem a vida. Depois de restabelecidas, aplicam-lhes um “chip” e lançam-nas de novo ao mar para que elas  possam ir reunir--se ao seu grupo.
Contaram que há uma que se vai a dirigir para a América Latina – longa viagem! – mas que vai sendo seguida pelos técnicos do Zoo devido ao “chip”que lhe colocaram.

Daí, veio-me à ideia o célebre cartão do cidadão – invenção de José Sócrates, PM de Portugal desde 2005 – que também contém um “chip” que de acordo com a Lei que lhe dá vida, não se sabe bem para que serve, mas que pode ser para dados que as respectivas entidades considerem necessários.

Ligado este ao outro, que as mesmas entidades desejam seja colocado nas matrículas de todos os carros – dizem, que com o intuito de os carros poderem ser detectados pela polícia em caso de, por exemplo, car jacking – senti que os portugueses não são mais que ovelhas, cabras, vacas, tartarugas, que em qualquer momento, podem ser detectados algures, no mais recôndito lugar do mundo onde se encontrem, perdendo assim o direito à privacidade e à liberdade de mobilidade que a Constituição Portuguesa lhes confere.

Tanta crítica que ouvi à União Soviética e aos seus países satélites porque perseguiam os cidadãos e os traziam bem controlados! Seria deste modo? Querem ver que copiaram o modelo?

É mesmo à portuguesa: critica-se, condena-se, diz-se mal e por fim, copia-se. Mas agora em nome da liberdade e da democracia!

Rosa dos Ventos

segunda-feira, 2 de abril de 2012


O DIA 1 DE ABRIL

O dia 1 de Abril foi sempre considerado o “Dia da Mentira”.
Este conceito fez sempre parte da minha vida e da de todos os da minha idade.
Leváva-nos a ouvir a rádio, ver a TV – quando ela apareceu -, ler os jornais, especialmente os regionais, os da nossa cidade, para ver se conseguíamos descobrir “a mentira” que cada um introduzia nas suas notícias e artigos. Era como que uma disputa entre nós e eles. Era uma ânsia esperar pelo dia 2 de Abril para ver se tínhamos acertado na “mentira” publicada, porque elas eram reveladas no dia seguinte.
Baseavam-se numa “coisa boa” que toda a população desejava que acontecesse, pois em geral anunciavam algo de bom para todos e aludiam, por exemplo e quase sempre a uma obra pública que beneficiasse a população do País ou duma região.
Era algo que nos divertia, que nos preenchia o espírito com o desejo de acertar, de descobrir: era uma brincadeira inofensiva que nos alterava a rotina, que mexia com todos e era uma tradição que se ia passando de geração em geração.
Hoje-em-dia procuram desfazer-nos todas estas tradições, todos estes encantamentos de mudança de rotina, e muito em especial esta do “dia das Mentiras”, pois, presentemente, a todas as horas, somos bombardeados com mentiras.
E o pior da situação é que não são mentiras piedosas, são mentiras perigosas, são mentiras que mexem com a vida das pessoas, com o bem-estar de todos nós, graúdos e miúdos, com a nossa sobrevivência, com o nosso direito à vida, com o nosso direito à existência como seres humanos portadores de dignidade, de personalidade, de respeitabilidade e de conscienciabilidade.
Deixo aqui o pedido e um voto para que nos unamos e construamos uma contra-barreira para que estes pequenos grandes nadas de que é constituída a vida de um povo e as suas tradições não desapareçam.

Rosa dos Ventos