quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nascer….

                         É

                                   para morrer

                      

Tudo o que nasce, fatalmente, morre!

O Homem não foge à regra do ciclo da vida!

Mas morrer dá muito mais trabalho do que nascer.

Parece contraditório, mas não é: a pessoa para morrer pode dar lucros ou prejuízos à Nação. Tudo depende da situação social e económica do cidadão.

E morrer implicou e implica, hoje mais do que nunca, ter testamento ou testamentos.

Testamento?! De quê e porquê?

Então vejamos:

Durante muitos séculos todos sabiam que mais cedo ou mais tarde morreriam e toda a gente vivia absorta por essa fatalidade – a morte!

Até porque os costumes de lutos eternos a isso conduziam.

Havia crianças que nunca viam os seus familiares senão de preto vestidos.

Os tempos mudaram e as mentalidades igualmente, ao ponto de se supor que quem morria eram só os “velhos”.

Mas os tempos tornaram a mudar e com eles apareceram novos hábitos de vida: melhores? piores? Cada um que interprete à sua maneira!

Embora haja melhores condições de vida, hoje não se vive, corre-se na vida; é tudo a correr, é a grande velocidade, é tudo para ontem, é tudo contado ao milésimo de segundo, todos se querem superar, até a si próprios, o que leva a que o esforço encetado origine que os novos tenham começado, também, a desaparecer mais cedo do que talvez desejassem.

Mas ninguém pensa nisso. E talvez seja bom que assim seja!

E os tempos vão mudando e os meios de sobrevivência das pessoas também. Ou seja, as condições de habitação e alimentação e os meios de combater as doenças melhoraram significativamente. E com eles a esperança de vida alargou-se!

E com ela maior despesa para os próprios e para o erário público.

E, também, grandes problemas para os governos dos Países.

E com isso, maior negócio para todos os sectores ligados à saúde.

Se se combate uma doença por meio de vacinas ou de medicamentos novos, outras serão “inventadas “para que os “rendimentos” não baixem.

E se dantes, nos outros tempos, já longínquos e bem ultrapassados, as pessoas que pensavam que um dia haviam de morrer e eram possuidoras de alguns bens, se preocupavam em fazer testamento desses bens, logo se “inventou” que esses testamentos tinham que ser regulamentados, porque a família não podia ser prejudicada face a alguém fora do “clã”.

Mas, como o pensamento nunca pára de inventar coisas, uma vez que apareceu a possibilidade científica de transplantar órgãos, foi preciso regulamentar essa prática.

Começou então por se tentar sensibilizar a população – alguma, aquela que poderia levantar problemas – para o facto de que era um caso de consciência as pessoas poderem “doar”os seus órgãos, em vida, para o caso de serem vítimas de acidente ajudarem alguém que precisasse deles para poder continuar a viver.

Mas, a “sensibilização”para a doação espontânea não deu o resultado esperado, pois ninguém consegue pensar, ainda, em ser “esquartejada”, mesmo depois de morta, para salvar uma vida por muito que ache que isso possa ser uma atitude muito louvável.

Daí que, pelo menos, no nosso País, se tenha legislado, sobre o assunto de modo a que os pais de filhos menores tenham que preencher uma espécie de testamento, nos centros de saúde, autorizando ou não essa doação “forçada” e os maiores de dezoito anos sejam eles próprios a fazê-lo. Mas se esse testamento não existir – e ainda não percebi como se certificam de que ele existe – os órgãos podem ser retirados, desde que se verifique que a pessoa é considerada em morte cerebral, e sem a autorização de ninguém.

Só que essa “divulgação” foi feita na altura em que legislaram sobre o assunto, mas o que se verifica é que quase ninguém tem conhecimento disso. Muito bom seria que os serviços competentes e os meios de comunicação mais vistos e ouvidos fossem utilizados para essa propaganda. Porque eu tenho a certeza, de que com a ignorância que nos é própria e que nos “alimentam”- sabe-se lá porquê?! – a maioria das pessoas não conhece nada disto. E, aos que hoje são maiores de idade, nunca lhes foi perguntado ou nunca foram confrontados pelos respectivos organismos com esta norma, ou seja, este “testamento”de doação de órgãos. E embora sendo eles maiores, quando algo de fatal lhes acontece têm que perguntar aos Pais ou outros familiares próximos se consentem na doação. Mas os próprios poderiam não o querer fazer!...

Já se conseguiu o aborto legalizado para escândalo de muitos mas era uma medida urgente de adoptar para evitar os métodos horrendos, desumanos e inqualificáveis em que os mesmos eram feitos a quem não tinha posses para recorrer aos locais onde eram praticados com humanidade. Sobre este assunto não acrescento mais nada porque muito há para “pôr ao lume”sobre ele: aqui não há testamento!

Há tempos começou a falar-se na eutanásia, mas pelo que me é dado verificar é matéria para reflexão mais prolongada!… Mas também vai precisar de testamento.

A norma que muitos, hoje, já conhecem – penso que por um pouco de “snobismo”, se me é permitido classificá-la assim – é a da cremação dos corpos. Muito dispendiosa, mas muito em voga nos dias que correm.

Contudo, no meu entender, também para isso deveria haver testamento redigido pelo próprio, pois não devem ser outros – embora parentes próximos – a tomar essa decisão.

Os cuidados paliativos já estão a ser praticados nalguns sítios, que não em todo o País, nem para toda a gente por falta de informação e de vaga. Mas aqui é uma obrigação dos serviços de saúde sem necessidade de “testamento

Vai pôr-se, agora, em cima da mesa, a situação da “morte assistida” para a qual vai ser necessário um testamento redigido pelo próprio enquanto detentor de todas as suas faculdades mentais e motoras.

E quer tratar-se em breve do testamento vital.

Ora eutanásia, testamento vital e morte assistida serão assuntos para uma minoria da população do nosso País.

Quem tem preparação para isso neste rincão de terra tão atrasado que não sabe falar, ler e escrever convenientemente, quanto mais perceber o que quer que seja sobre estes assuntos?

Temo tanto que no meio de tudo isto esteja a imperar “o despachar”, “o capital”, por falta de espaço e pelo custo que representa ter um doente “ligado às máquinas” como se diz no vulgo!!!

O vil metal tem muita força e a falta de deontologia, de sentimentos e de consciência das pessoas, hoje em dia, é de tal forma, que me aterroriza só de pensar no que pode daí resultar.

As queixas que se ouvem por toda a parte respeitantes à maneira como os nossos doentes, hoje, são tratados, na maioria dos casos, e por todo o País, “põem-nos os cabelos em pé”.

Quanto mais irmos pensar nestas propostas que se começam já a desenhar, num momento em que o primeiro e principal assunto da nossa sociedade é termos uma população demasiado idosa, que ao que se percebe daquilo que os políticos dizem, é “o grande embaraço” da governação porque só dá despesa e nenhum lucro.

Que maus pensamentos me invadem !!!!



Rosa dos Ventos













           






OS RICOS

Hoje, dia 28 de Julho de 2011, e já ontem, dia 27 de Julho de 2011 são duas datas que me vão ficar gravadas na memória: por um lado anunciam-se os quatro mais ricos de Portugal neste preciso momento:

Américo Amorim – ricaço da Cortiça e Galp Energias
Alexandre Soares dos Santos – ricaço do Pingo Doce
Belmiro de Azevedo – ricaço do Continente / Sonae
Família Guimarães de Mello - ricaços da Cuff, Brisa, Mello Saúde, etc.


Em sobreposição, o governo recém-empossado há um mês apresenta na Assembleia da República a nova Legislação para os despedimentos mais rápidos e com menos custos para os empregadores.
Cinismo e ironia? Ou maldade e perversidade de quem governa?
Então estes senhores não têm dinheiro para pagar decentemente aos seus trabalhadores que lhes criam estas fortunas e de suportarem os descontos que lhes são devidos para que na velhice possam ter reformas decentes?
E não vão colaborar no pagamento da dívida apurada pela troika?
Se o Barco Português não se aguentar no mar revolto provocado pela “ladroagem”dos mais ricos e dos sucessivos governos, muito em especial desde que entrámos para a UE, alguém me dirá em que moeda se encontra a fortuna destes poderosos do capital e onde está escondida para não naufragarem com o resto do povo?


Rosa dos Ventos