segunda-feira, 9 de julho de 2012

Aos Jovens

Vós que quereis viver intensamente a vida, tomai atenção à Lei do Trabalho, feita pelos patrões e que se destina a fazer de vós escravos para eles poderem andar a gozar a vida e a estoirar dinheiro a-seu-bel-prazer. Tende presente que se deve trabalhar para viver e não, viver para trabalhar. Deve-se ter Estado Social porque isso de cada um fazer o seu pé-de-meia para a velhice ou para fazer face a uma doença, é uma treta.
Eu por exemplo segui os conselhos que começaram a rolar por esse País já há um par de anos e fiz um “complemento de pensão” num banco onde me prometeram uma situação muito agradável. Mas como na altura os Bancos ainda não estavam obrigados a dar-nos por escrito as condições do contrato, "os malandros", a meio do caminho, alteraram-me as condições sem me dizer nada. E por mais que eu peça, agora, os documentos com as condições nas quais se baseou o meu contrato não mos dão, entregam-me as condições novas. Isto significa que, dantes, quando nos diziam que as coisas eram de determinada maneira, cumpriam a palavra dada. Hoje, quer dizer, de há uns tempos para cá, já não há gente de palavra. Regateia-se com os funcionários que estão ao balcão, mas coitados deles: apanham os embates mas não têm culpa do que fazem os mandantes - que neste caso não se podem chamar patrões, porque as funções são de gerentes. Portanto, não se deixem ir na conversa desta gente.
Queiram o vosso futuro assegurado e estejam atentos àquilo que os governos fazem com o dinheiro dos contribuintes. Para onde é que o desviam?!… Quando votarem façam-no em quem vos dê garantias de olhar pelo País e não só pelos senhores do Capital como acontece agora.
Vejam bem como este governo se prepara para desfazer o sistema nacional de saúde: fechando hospitais essenciais para juntar tudo num só na zona da grande-Lisboa. Ao que ouvi, 700 camas. Não dão para nada. Se todos os hospitais que existem já são poucos - quando os mostram nos noticiários há sempre gente nos corredores - como será depois?!

Aquilo que Manuela Ferreira Leite e Álvaro Barreto disseram numa mesa-redonda na TV, de que com as pessoas a partir dos 70 anos já não valia a pena gastar dinheiro em certos tratamentos, já está a acontecer. E não foi preciso virem-no dizer para a TV, é só ir aos lares para idosos e ver o caso que o pessoal que deles devia cuidar, faz das pessoas: aparecem com uma doença oncológica, prometem-lhes que os vão operar e não lhes ligam mais. Deixam-nos morrer. Para o Estado é menos um a receber a pensão e para o lar é uma vaga que se abre para outro entrar.

No dia 16 de Abril de 2012, no Programa Prós-e-Contras, tivemos “Jovens” a discutir o que se passa no País e a opinarem sobre o que desejam para o seu futuro. Primeiro é preciso dizer que do nosso lado direito, os três que lá estavam, formados em Economia, já não eram tão jovens assim, e deram a impressão de estar muito bem na vida. As suas opiniões foram, a meu ver, as que por aí correm no seio deste Governo e de muitos outros economistas: só pensam em dinheiro, as Pessoas não interessam. Os outros três, que estavam do nosso lado esquerdo, eram realmente pessoas mais jovens e, calcule-se, todos contra os seus parceiros economistas. E creio que, pelo menos dois deles, também eram formados em Economia. Mas devem ter tirado o curso noutra Faculdade, numa em que estudaram Ciências Sociais e da Vida, e não só gráficos de “sobe-e-desce” de flutuações bolsistas e quejandas.

Dum lado, os representantes do Capital – onde o metal da moeda é um pouco duro para ser ingerido – e do outro, jovens a pensarem nas Pessoas e em como a vida deve ser vivida e a solidariedade deve ser aplicada.

Irrita qualquer um, se repararam bem na expressão facial dos que se colocavam à direita, o sorriso irónico que esboçavam enquanto os da esquerda falavam. Como quem diz:

- Coitados não percebem nada disto! São uns inocentinhos, a acreditarem que se pode continuar a sustentar um Estado Social em qualquer País!

E pergunto eu, também, a talhe-de-foice:

- Quem autorizou senhores de diversos governos a “jogarem” em bolsa o dinheiro da Segurança Social”? Por onde é que ele anda? Segundo noticiaram na época, foram largos milhões.

- Que confiança se pode ter em governantes que “deitam a mão” aos Fundos de Pensões das Instituições, que são dinheiro/mealheiro dos próprios funcionários para complementar as suas pensões de velhice e se servem dele para tapar o Déficit do Estado? Em que condições ficam mais tarde, essas pessoas, quando se reformarem? São englobadas no regime geral de miséria que se está a preparar? Enquanto se vai sabendo que os deputados da UE e da Assembleia da República se vão reformando com chorudas reformas vitalícias, sem trinta e seis anos de desconto e somando-as a reformas de trabalho   privado? E ainda, ao que consta, os deputados e funcionários da UE nem fazem descontos para as reformas: são os respectivos Estados que lhas pagam do seu Orçamento Geral que o mesmo é dizer à custa dos que ainda estão a descontar e do dinheiro dos nossos impostos.

ISTO NÃO É DEMOCRACIA!!

Outro dito muito em voga:

«Os descontos do pessoal no activo é que estão a pagar as pensões dos reformados».

E o dinheiro dos descontos dos que estão reformados para onde foi? Foi o tal que foi jogado em bolsa?

Se assim é, tem que se apurar quem o fez e chamar à responsabilidade quem tomou tal atitude. Não pode ficar impune quem abusa da confiança do Povo.

Cada vez detesto mais os Economistas! E temos o País infestado desta "peste"!

Qualquer boa dona-de-casa geria melhor este País.

Que vai fazer Cristas distribuindo terras a jovens agricultores? Devem ser todos do CDS… E é só fogo-de-vista!
O que ela devia fazer era ajudar os que já o são e estão a braços com dívidas à banca. E esses “meninos” que tanto querem trabalhar, que se integrem nessas explorações já feitas e que nos têm dado de comer para, primeiro, aprenderem como se faz e não virem com os olhos vendados, sem prática nenhuma, comer mais uns milhões que bem podiam servir para acudir aos aflitos.


Rosa dos Ventos


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