quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Para RIR ou para chorar?!

O número de “falhos” de cultura e memória são mais do que se pensa.
Morreram já muitos dos que se podiam lembrar do que se passou entre 1939 e 1945, cuja preparação começou alguns anos antes.
E os de agora, a quem a História desses tempos não tenha sido contada, por já não terem estudado História Mundial nem terem lido obras sob o que se passou na primeira metade do séc. XX, não farão a mais pequena ideia do que pode para aí rebentar em breve.
Leiam, se fazem favor, os livros “O Eterno Retorno do Fascismo” de Rob Riemen e “A Batalha de Aljezur” de José Augusto Rodrigues.
Depois, reparem nas semelhanças entre o que lá está descrito como preparação para a guerra e o que se está a passar, de novo, na Europa.
A mentira  e o não cumprimento dos acordos entre os diferentes Países são as características-base dos objectivos que se pretenderam atingir com a Segunda Grande Guerra Mundial.
A mentira,  o não cumprimento dos acordos entre os diferentes Países e ainda a Srª. Merkel a substituir-se à Comissão Europeia, no momento presente, fazem-nos suspeitar dos intentos perversos da actual Chanceler alemã.
Meditem nas ultrapassagens às Constituições dos Países Europeus pelos seus governantes, sem consulta prévia aos POVOS, para dizerem “Amen!” à Alemanha.
Mas a Constituição da Alemanha é SAGRADA: o que os outros Países pretenderem fazer não pode ir contra a Constituição da Alemanha. Coisa esquisita, não acham? Cheira a esturro, não cheira? O cheiro é tão intenso que pouco falta para estar tudo queimado!....
Parece a Telenovela do “Sim Senhor Ministro”.
Meditem na “queda”, como um baralho de cartas, por dívidas astronómicas, dos Países europeus, a serem pagas pela massa mais pobre das respectivas populações, deixando os ricos e causadores das mesmas imunes às suas reposições!
Recordem como a Alemanha contornou o não pagamento das dívidas de guerra e exige agora, dos outros, a quem ficou a dever, o pagamento dos déficit’s e dos juros, ignorando sempre a existência da Comissão Europeia!
Estamos numa União Europeia ou numa subalternização sub-reptícia à Alemanha, coisa que ela não conseguiu obter com duas guerras mundiais no séc. XX ?!!!
Trabalho dos governantes: pensar em números.
Quem os elegeu, as pessoas, o povo, são-lhes indiferentes.
Não se esqueçam de continuar à espera de que tudo mude sem nada fazermos para isso!...
Entretanto, continuará a haver, cada vez mais, barrigas vazias.
Não é para RIR?
Nasci no fim da Segunda Guerra Mundial, mas ouvi muitas histórias (não estórias) àcerca dela.
Mas da guerra que nos impuseram nas nossas Colónias Ultramarinas (os nomes não precisam ser mascarados) que nos deixou reduzidos ao rectângulo que hoje somos, já me lembro muito bem.
Engraçado! A guerra do Ultramar também foi feita para defender o Capital!...[Que palavra maldita! Quando será banida do dicionário e da prática?!]
Não houve família portuguesa que fosse poupada à dor e ao stress de ter filhos e familiares na guerra do Ultramar.
Agora, estamos na mesma situação: não há família alguma que não tenha filhos e familiares no desemprego, a precisar da ajuda material/monetária dos pais, dos parentes e dos amigos (os verdadeiros, claro, sempre prontos para os bons e maus momentos!)
Mas estamos a ser governados por alguns “retornados”!
Espero que o que penso - um certo espírito de vingança – demonstrado pela “sua teimosia” em não quererem mudar o “paradigma” face à União Europeia/Merkel, não seja uma realidade…
Quando teremos direito à igualdade e à equidade?!
Quando teremos direito à Verdadeira DEMOCRACIA?!!!
Porquê tanto medo da Verdadeira DEMOCRACIA?!!!
Será que para a existência de um povo, terá sempre que existir clero, nobreza e povo?
Não nascemos todos da mesma maneira, sem o termos pedido, e não morremos todos sem levar o dinheiro atrás de nós para a cova?
Acusam-nos de falta de literacia. Mas onde está a cultura dos outros povos europeus que estão a cair na mesma esparrela?! É tão grande a falta de memória do que passaram durante a II Grande Guerra Mundial, no séc. XX?
Enfim, a preocupação com o capital é tal, que se descura o dia-a-dia do comum dos mortais: só se fala em privatizações, e… depois?
Depois….começa o rol dos infortúnios para os mais desfavorecidos e para a classe média:
- os impostos aumentam;
- as receitas do Estado diminuem;
- os preços sobem;
- as empresas fecham;
- os desempregados aumentam;
- as pessoas ficam sem casa;
- já há muita gente com fome;
- o trabalho rareia;
- a saúde deteriora-se;
- quem quiser cuidar da sua saúde para não morrer, tem que pagar, e            
   bem! para o conseguir- (ultrapassagem da Constituição);
- quem tiver mais de 70 anos já não tem direito a coisa nenhuma,
   conforme foi entendido por todos os que ouviram estas afirmações na
   TV, de antigos governantes, embora o tivessem querido retirar a
   seguir. É que os ouvintes, os telespectadores, já estão todos um pouco  
   surdos… e fazem confusões terríveis!….-(ultrapassagem da  
   Constituição);
- os idosos, nos lares, passam os dias à espera da morte lenta;
- o crime sobe;
- o ensino é deficiente e tem que ser pago -(ultrapassagem da
   Constituição);
- é o salve-se quem puder;
- o património imóvel deteriora-se por falta de conhecimento para o
   cuidar e por falta de dinheiro para o conservar;
- os bens de cada um são “coisas velhas” de que não vale a pena                             cuidar, por parte das empresas privadas que fazem obras públicas através  de subempreitadas, com o completo alheamento das Câmaras, sem conhecimento do terreno que “pisam” nem o acompanhamento de técnicos especializados que as orientem;
- mas se o dono de um imóvel classificado o quiser beneficiar para não
   cair, a Câmara não lhe permite que mexa no que é seu;
- o direito de passagem de cabos para a TV, o gás natural e a luz
   subterrânea é pago pelos consumidores em vez de ser pago pelas
   empresas que auferem lucros chorudos com esses fornecimentos – mais
   uma vez o capital a ser protegido em detrimento do povo consumidor de
   bens de primeira necessidade;
- trabalha-se a contrato de dois meses, ou menos, sem direito a
   descanso/férias;
- os contractos com os trabalhadores alteram-se unilateralmente, - o que é anti-constitucional - mas não se pode mexer nos contractos de milhões, ao ano;
- se o trabalhador não tiver férias e nunca souber o horário de saída,
   como poderá manter a sua sanidade mental e dar assistência à
   família?
- Portugal é um País de velhos, mas como podem ser “encomendadas”
   crianças para inverter a situação se não houver condições humanas e
   racionais para isso?
- só a meia dúzia dos muitos ricos tem direitos neste País?

Onde nos levará tudo isto?
Por enquanto as manifestações são pacíficas, dizem eles, e quando será que “o elástico parte” de tanto esticar?
Cautela, senhores que “não estão habituados a trabalhar”. Para se poder mandar e exigir sacrifícios, tem que se saber fazer, tem que se ter estado inserido no mundo do trabalho, para o conhecer.
E exigir sacrifícios a quem nada tem a ver com as dívidas contraídas pelos sabotadores da economia e da finança, é muito arriscado.
Não falo só do nosso País, não!
Nos outros repetem-se as mesmas situações. E todos juntos são demais para os que nos querem pisar.
Pode morrer muita gente, mas creiam que as ditaduras - mesmo as dissimuladas - também se derrubam.
E as guerras injustas são as que se perdem mais depressa…
E não se esqueçam de RIR de tudo isto, tá?
Até à próxima!


Rosa dos Ventos

Sem comentários:

Enviar um comentário