terça-feira, 3 de maio de 2011

25 de Abril … SEMPRE !!!!

Este foi o grito geral em 1974.

E acreditámos que seria assim!

Era o fim de 40 anos de Ditadura!

Ditadura que só era sentida por quem passava fome, por ter salários de miséria ou por trabalhar “no campo” em regime sazonal com os agora desejados “contratos verbais”. Se havia trabalho, ganhava-se - mal, é evidente - mas se não havia, comia-se fiado, para se pagar quando voltasse a haver trabalho.

Ditadura, sentida por quem abria a boca contra essa miséria e se viu obrigado/a a viver na clandestinidade ou a passar pelas cadeias do Aljube, Peniche, Caxias, Tarrafal (onde existia a “célebre e denominada «frigideira»”).

Ditadura sentida pelos jornalistas que bem conheceram o “lápis azul” ou pelos artistas, que também tinham a censura sempre “à perna”.



Mas … comemorámos há poucos dias 37 anos de Democracia (vamos a caminho dos 40…) e que sentimos nós ?

Temos a sensação de estarmos novamente à beira de uma Ditadura de direita, pois que as “sementes” do passado infiltraram-se logo em todo o lado com uma máscara de progressismo;

Os partidos de direita da Europa Central também estão a ganhar terreno;

Entrámos para a CE em 1986 e não soubemos governar o dinheiro que de lá veio, que seria para o nosso desenvolvimento e degenerou no nosso empobrecimento;

Estamos na “banca rota” e pela terceira vez, depois do 25 de Abril de1974, sujeitos à intervenção do estrangeiro – agora FMI, FME e BCE – para ver se alguém “ nos (des)ajuda”;

Temos tido exemplos de “repressão/censura” exercida especialmente sobre jornalistas;

Nos serviços públicos e no privado, ninguém se pode manifestar senão vai, respectivamente, para os excedentários ou sofre represálias de outra ordem;

Estamos com 2 milhões de pessoas em situação de pobreza declarada;

Temos mais de seiscentos mil desempregados;

Estamos em risco de aumentar – e muito – o número atrás referido, se o dinheiro faltar para pagar aos pensionistas e à Função Pública, em geral;

E continuam a fazer-se despesas inúteis!!…

E “à pala” de não haver dinheiro, muitas Câmaras escusaram-se a comemorar o 25 de Abril de 2011 (Engraçado! aquelas de que tive conhecimento, são Socialistas!);

Também, com a desculpa de a Assembleia da República estar dissolvida, o PR, que já no ano passado, se tinha manifestado contra a “monotonia” da comemoração do 25 de Abril sempre na Assembleia da República, para não se dizer que ia deixar de comemorar a data, passou as celebrações para o Palácio de Belém. E em vez de serem os partidos a discursar – que são a voz do povo -  convidou os 3 Presidentes anteriores a fazê-lo, juntamente com ele.



Como resultado, houve muito menos gente presente, foi tudo muito mais “em família”, e … para o ano, logo se verá!



E foi para isto que os Capitães de Abril -  alguns que tão mal tratados foram depois - arriscaram a sua vida??!!



É claro, que não somos parvos e todos nós sabemos que o desejo de muita gente é silenciar este dia, como muitos outros, que pertencem a comemorações de datas empolgantes da nossa História.

Aliás, a História do nosso País já quase não conta para os programas escolares e daí a vergonha das entrevistas de rua que por vezes são feitas sobre o significado dos feriados.

E daí, também repisarem, já de há muito, e com ecos do exterior, de que em Portugal há feriados a mais.

Sabe-se, depois, que por outras bandas, ainda há mais ou tantos como cá. Mas aqui é que “habitam” os maiores “malandros e preguiçosos” que não querem trabalhar. E tudo porque temos muitos feriados!

O certo, é que os “malandros e preguiçosos”, quando trabalham cá em firmas estrangeiras ou quando emigram, são considerados os melhores trabalhadores quando comparados com os estrangeiros.

Serão então os feriados os culpados?

Ou será que o problema se encontra na “engrenagem”? Quando esta está bem montada, com ordem, regras, uma hierarquia respeitada – e não com todos a quererem mandar “no mais pequenino” -, com bom exemplo de cima-abaixo, tudo funciona bem. E não é preciso exercer repressão ou pressão para atingir objectivos, nem horários desumanos, esclavagistas.

Temos de saber escolher os nossos governantes para podermos continuar a comemorar as nossas datas festivas, para ter direito ao descanso semanal e anual, para horários de trabalho dignos -  a escravatura há muito que foi abolida em Portugal - e para exigirmos direitos e deveres iguais para todos, sem excepção!!

E VIVA O 25 DE ABRIL!!!



Rosa dos Ventos

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